quinta-feira, 2 de julho de 2015

EM DEFESA DO PIBID, EM DEFESA DA EDUCAÇÃO!


MANIFESTAÇÕES E PROTESTOS MARCAM A LUTA PELA DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA DE QUALIDADE. 













     Estudantes de licenciatura da UVA e UFC, professores universitários e da educação básica, realizaram nesta quinta-feira, 02 de julho, uma manifestação e caminhada pelo centro da cidade de Sobral contra os corte nos recursos da educação realizados pelo governo federal que pode chegar a 9,4 bilhões de reais, ameaçando programas como o PIBID. 
     A manifestação também teve como intuito esclarecer a população sobre a importância do  PIBID. Programa de Iniciação à Docência, financiado com recursos federais, criado com o objetivo de melhorar a formação dos futuros professores e o ensino das escolas públicas brasileiras. Em Sobral, o mesmo está presente em quatro instituições de ensino superior (UVA, UFC, IFCE, INTA) e em diversas escolas da educação básica da região, nas quais bolsistas de diversas áreas realizam atividades e projetos tendo como foco a busca pela melhoria do aprendizado dos alunos da rede pública de ensino, atualmente tão precarizada e desvalorizada pelos nossos governantes. 
     Toda a população deve estar consciente de que este programa influencia diretamente na formação dos futuros professores de seus filhos. O PIBID proporciona que o estudante de licenciatura de áreas como Matemática, Química, Física, Biologia, Pedagogia, Ciências Sociais, História, Letras, Geografia entre outras, tenham a oportunidade conhecer de perto a realidade escolar e atuar juntamente com um professor supervisor da escola em que desenvolve suas atividades. Na história de fracassos de programas de formação de professores no Brasil, o PIBID presente nas universidades e escolas desde 2009, veio a marcar enquanto uma verdadeira inovação que resultou em impactos positivos em direção a melhoria qualitativa de futuros professores.  
     Várias manifestações em defesa do “FICA PIBID” e contra o corte de 9,4 bilhões anunciados pelo governo já se fazem presentes em várias regiões do Brasil. Só no país o programa atende diretamente a 90 mil bolsistas. O corte já anunciado pelo MEC fala em atingir 50 a 90% dos recursos, prejudicando enormemente milhares de futuros professores. 
     Em um país que tanto precisa de investimento na educação, esse corte prometido pelo governo petista representa uma grande tragédia. Após a farra em que injetou-se muito dinheiro público inclusive em universidades privadas através de programas como o FIES, PROUNI e o próprio PIBID que foi estendido para instituições privadas, agora vem o “pacote” pós eleição. Porque que trabalhadores e estudantes mais uma vez têm que pagar pela crise promovida por este desgoverno que ao ser eleito alardeou mentirosamente como prioridade, maiores incentivos para a “pátria educadora”, que grande ilusão! Outros programas como PRONATEC, PARFOR, PACTO NACIONAL PARA O ENSINO MÉDIO já foram duramente atingidos, fora os cortes de verbas para as universidades federais que mesmo sucateadas e sem investimentos por parte do governo federal, buscam manter a qualidade que marca sua atuação e fizeram de instituições como a UFC, estarem entre as cem melhores universidades da América Latina.
     É inadmissível ficarmos calados diante deste crime que representa um verdadeiro retrocesso e um golpe profundo na formação de professores da educação pública brasileira. Temos que lutar sim para que o PIBID seja transformado em uma política pública permanente, que merece cada vez incentivos. Para isto, a mobilização é a maior arma na defesa de nossos direitos.  

segunda-feira, 4 de maio de 2015

MOBILIZAÇÃO COMO ARMA DE LUTA POR MELHORIAS NA EDUCAÇAO



É vergonhoso o descaso com que os professores são tratados pelos governos, que nunca elegeram a educação como prioridade neste país. Mobilizações em prol de melhorias na educação ou mesmo na luta contra corte de direitos já conquistados a duras penas, mostram como esses políticos tratam as questões educacionais, muitas vezes como um caso de polícia, a exemplo do que acontece com outros movimentos sociais no Brasil.

Atualmente uma nova greve foi deflagrada pelos professores estaduais cearenses, numa crise econômica em que mais uma vez os trabalhadores são penalizados. Este fato nos remete a recordar da greve deflagrada em 2011 pelos professores do nosso Estado, quando o então governador Cid Gomes, futuro breve ministro da educação, com seu conhecido estilo arrogante a autoritário, quis empurrar goela abaixo uma tabela vencimental com a intenção de alterar para destruir o plano de cargos e carreira dos professores, transformando aumentos reais nos salários em miseráveis gratificações. Na época, a grande maioria dos deputados votaram como sempre contra a educação (sabem que manter uma população analfabeta e alienada é mais fácil para manter tudo como está) e a favor do projeto que chegou a ser enviado para a Assembleia Legislativa.  Em meio ao embate entre sindicato e governo, Cid chegou ao disparate de afirmar que professor não devia trabalhar por salário, mas por “amor” à profissão. Sabemos que, ele sim, jamais abriria mão de seu salário e privilégios para governar por amor ao povo cearense. Vale lembrar que o mesmo Cid já havia entrado com ação de inconstitucionalidade contra o piso salarial do magistério.

No final, nossos direitos foram mantidos e outros conquistados. Todos acabaram ganhando inclusive com aumento de gratificação para diretores e coordenadores escolares, muitos dos quais tentaram impedir a atuação do movimento grevista, através de retaliações e ameaças a professores que aderissem à greve.  

 


Policial ameaça agredir professor da rede pública estadual do Ceará em 2011. Na ocasião, os professores tentavam realizar um ato público de protesto contra o governo que respondeu violentamente contra os manifestantes que reivindicavam melhores salários e condições de trabalho, assim como o respeito aos direitos já conquistados pela categoria.

Foi este mesmo Cid, que enfrentou longas greves não apenas na educação básica, mas como também no meio universitário, que Dilma escolheria como futuro ministro da educação, que, mesmo com seu efêmero mandato, fez a mesma pagar o preço por sua  péssima escolha. Logo no início de seu ministério, e com a benção de Dilma Rousseff reeleita, a educação sofreu um corte de 7 bilhões de reais. O reflexo do corte vem sendo sentido pela maioria das escolas do Ceará (menos as profissionalizantes e seus privilégios) através da falta desde merenda para os alunos, que parecem bem conformados com a situação, até papel higiênico. Pincel virou artigo de luxo nas escolas estaduais. 


Não podemos deixar de destacar que além dos piores salários entre os profissionais de nível superior se comparados aos de outras categorias, as condições de trabalho do professor na escola pública (turmas lotadas, sobrecarga de trabalho, violência, excesso de burocracia, entre outras) interfere diretamente no desempenho do professor,   visto que não é possível analisar a atuação deste docente sem levar em conta as suas precárias condições de trabalho, que extrapola a própria sala de aula, pois cabe também a este profissional ler e pesquisar para melhorar cada vez mais a qualidade de suas aulas, o que resulta, por consequência, na melhoria da formação das gerações que passam pela escola.  

Sabemos que a precarização do trabalho docente é intencional, assim como o sucateamento da educação pública, bem como a injeção cada maior de recursos públicos em universidades privadas, através de programas paliativos como FIES e PROUNI, que jamais resolverão o problema da democratização do acesso às Universidades públicas como as Instituições federais, ainda bastante elitizada.

Os movimentos sociais são ações coletivas com o objetivo de manter ou mudar uma situação. Seu caráter político parte de uma situação de confronto e disputa entre forças sociais que lutam para defender seus interesses. 

Diante disto, sabemos que seja para garantir o que já temos, bem como para conquistar novos direitos, as únicas armas que temos é o conhecimento e a mobilização, visto que benefícios para os trabalhadores da educação, nunca veio ou virá de graça ou da boa vontade dos políticos desse país.

União e mais solidariedade para todos os professores, efetivos e temporários, para melhorar a qualidade da educação em salários e condições de trabalho, pois estamos cientes de que reivindicações como a nacionalização da carreira, aplicação dos royalties do pré-sal e os 10% do PIB para a educação, ainda será fruto de uma incansável luta a ser travada por profissionais da educação em todo o país.

PROFESSORES DO BRASIL ESTÃO ENTRE OS MAIS MAL PAGOS EM RANKING INTERNACIONAL


O Brasil é o lanterninha em um ranking internacional que compara a eficiência dos sistemas educacionais de vários países, levando em conta parâmetros como os salários dos professores, as condições de trabalho na escola e o desempenho escolar dos alunos.

O ranking é de setembro do ano passado, mas volta à tona no momento em que o governo paranaense aprova uma redução nos benefícios previdenciários dos professores do Estado.

A votação da lei elevou as tensões e levou a um tumulto no qual pelo menos 170 pessoas ficaram feridas após a repressão policial de um protesto de professores em Curitiba. Os professores paranaenses estão em greve desde sábado (25 de abril).

Em São Paulo, professores da rede estadual estão em greve desde 13 de março, reivindicando reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

O estudo internacional foi elaborado pela consultoria Gems Education Solutions usando dados dos mais de 30 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e alguns emergentes, como o Brasil.

Nele, o país aparece como um dos últimos em termos de salário pago aos professores, por exemplo. O valor que os educadores brasileiros recebem (US$ 14,8 mil por ano, calculado por uma média de 15 anos e usando o critério de paridade de poder de compra) fica imediatamente abaixo do valor pago na Turquia e no Chile, e acima apenas de Hungria e Indonésia. Os salários mais altos são na Suíça (US$ 68,8 mil) e na Holanda (US$ 57,8 mil). Os professores brasileiros também são responsáveis por mais estudantes na sala de aula: 32 alunos, em média, para cada orientador, comparado com 27 no segundo lugar, o Chile, e menos de 8 em Portugal.
Combinando fatores como estes com o desempenho dos alunos – entre os piores entre os países pesquisados – a consultoria coloca o sistema educacional brasileiro como o mais ineficiente da lista.

"Nossas conclusões sugerem que o Brasil deveria cuidar do salário dos professores para alcançar o objetivo da eficiência educacional", diz o relatório.

Para a consultoria, a meta seria um salário quase três vezes maior que o atual.

DEFICIÊNCIA NOS GASTOS 

Os dados mais recentes da OCDE mostram as debilidades no gasto educacional brasileiro.
Segundo a organização, o gasto do governo brasileiro com educação cresceu rapidamente desde o ano 2000, atingindo 19% do seu orçamento em 2011 – a média da OCDE foi de 13%.
O gasto público com educação chegou a 6,1% do PIB brasileiro, acima da média da OCDE de 5,6%, e à frente da proporção de outros latino-americanos como Chile (4,5%) e México (5,2%).
Porém, o gasto do Brasil com a educação pública foi o segundo menor de todos os países da OCDE e parceiros – US 3.066, contra uma média de US$ 9.487. O país ficou em 34º no ranking de 35 países da organização.

FONTE:  http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/04/150430_educacao_eficiencia_pu

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SOBRE A AUTORA: ANA CARMEM AGUIAR RODRIGUES (LICENCIADA EM CIÊNCIAS SOCIAIS, ESPECIALISTA EM ENSINO DE HISTÓRIA DO CEARÁ E ACADÊMICA DO CURSO DE DIREITO PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA. PROFESSORA SUPERVISORA DO PIBIB -SOCIOLOGIA NA ESCOLA DE EEFM MINISTRO JARBAS PASSARINHO EM SOBRAL-CE.) TEMOS COMO OBJETIVO CRIAR UM ESPAÇO VIRTUAL QUE POSSA SER SER COMPARTILHADO POR PROFESSORES, ALUNOS E LICENCIANDOS DE SOCIOLOGIA, PARTIR DA DIVULGAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO E O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS, METODOLOGIAS E EXPERIÊNCIAS VOLTADAS PARA A INTERVENÇÃO, MELHORIA E DEFESA DO ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA.