segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O QUE O CORDEL TEM A DIZER SOBRE A GREVE DOS PROFESSORES



Metamorfose às avessas

Professor Estadual
Pediu reconhecimento,
Planejou um movimento
Pro salário melhorar
Pois do jeito que está
Não dá pra continuar

Se não tiver providência
Um gesto de inteligência
Pras coisa se ajeitar
Não demora muito não
Professor deste rincão
Vai pagar pra trabalhar

Mas nosso grande Cacique
Teve o infeliz palpite
Afirmou que o professor
Tem que ser vocacionado
Deixar dinheiro de lado
E trabalhar por amor

Então vou lhe sugerir
Se o negócio é doação
pode nos dar o exemplo
Governar com o coração
O salário, sem importância,
Doar pra uma fundação

Dizem que o mandatário
Maior da nossa terrinha
Vez em quando se aporrinha
Vai soltando umas abobrinha
Parece uma borboleta
Virando uma lagartinha

O normal é a lagarta
Cansada de ser tão feia
Transformar-se noutro ser
De inigualável beleza
Isso se dá normalmente
È a Lei da natureza

Há muito eu não conhecia
Um caboco tão pedante
Da truculência amante
E grande incentivador
Da voz do tal comandante:
“Paulada em professor”

Pela TV assistimos
Um show de pancadaria
Que bela patifaria
Sem falar da covardia
Pois bater em educador,
È coisa de ditador

O uso da violência
Contra aqueles docentes
Foi um ato indecente
E machucou toda gente
Juro, vai ficar marcado,
No imo da nossa mente!

Meu “grande governador”
Vou propor um desafio
Vamos criar na UECE
Um curso Superior
Pra formação de político
Prefeito, Governador

Pode ser que dessa forma
Quando a gente for votar
Tenha gente preparada
Pro Estado governar
Com ética e competência,
Com calma e sem violência

Pois num estado carente
Mas de gente inteligente
É preciso dialogar
Descer do Trono um momento
E entender o sentimento
Do povo desse lugar

Me desculpe o tratamento
Para com a autoridade
Mas para o bem da verdade
Mesmo que seja suspeito
Depois da arbitrariedade
Eu perdi todo o respeito

Mas não vai ficar assim
Do jeito que está pensando
Pois, o tempo tá passando
E Vai chegar a eleição
E o voto do professor
Você num vai ver mais não!!

Alexandre Girão
Escrito por Alexandre Girão | 05 Outubro 2001
FONTE: APEOC

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A IMAGEM DA COVARDIA



Aqui está o policial, coitado, pau mandado do comando da Polícia Militar do Governador do Ceará. De cacetete em punho ele prepara-se para enfrentar e bater  em um grande bandido... o professor.
Esse bandido perigoso, de alta periculosidade e que por destino, tem a profissão de professor, é simplesmente o cara que vai educar o filho do policial. É o cara, que desarmado, luta para garantir o direito de melhores condições de vida para sua categoria.
Mas o policial foi feito para obedecer...
O Governador Cid Gomes será muito bem lembrado pelo povo do Magistério que o elegeu...
A história se encarregará de providenciar o resto... Lamentável o ato de vandalismo e violência feito pelos policiais militares.... Veja a foto e tire suas dúvidas!!!

Fonte: BENÉ FERNANDES -  POLÍTICA & ALGO MAIS

terça-feira, 17 de maio de 2011

REFLEXÃO SOCIOLÓGICA

“A humanização da mercadoria levou a uma desumanização do próprio homem, que se torna cada vez mais escravo da riqueza gerada pelas suas próprias mãos.”  (Friederich Engels)

CIDADÃOS E OPERÁRIOS DE UM BRASIL EM CONSTRUÇÃO

“Operário em construção”, de Tarsila do Amaral.

    Observe atentamente o que está a sua volta: as paredes que o cercam, o teto que o protege das ameaças externas, o chão firme que lhe dá sustentação, a cadeira em que você está sentado confortavelmente enquanto faz a leitura deste texto. Estamos tão acostumados a todos esses elementos que não paramos para pensar como seria viver sem eles. Pois é. Mas, por trás de cada objeto, de cada coisa que usufruímos, existe um rosto, uma vida, sonhos que são adiados para poder tornar reais os sonhos e desejos de outras pessoas.
     Evocamos aqui uma figura para que possamos pensar a respeito da questão do trabalho em nossa sociedade: o operário. Esse peão do jogo social, que geralmente não é lembrado e reconhecido por muitos, mas que sem o seu trabalho a construção de várias sociedades ao longo da história não teria sido possível. Para isso, tomaremos como exemplo a poesia de Vinícius de Moraes “Operário em construção” e a música “Cidadão” escrita pelo poeta baiano Lúcio Barbosa, famosa na interpretação de Zé Ramalho e outros cantores conhecidos do público. O Operário de Vinícius é um trabalhador que tudo constrói e a tudo atende, inicialmente sem reflexão: “Mas tudo desconhecia/De sua grande missão”. Em outro momento, o operário, porém, se vê surpreso ao constatar que suas mãos trabalharam no que está ao redor de si e ao tomar consciência de que, antes de ser operário de suas construções, era homem. Vai percebendo, em escala ascendente, que grande parte do que possui a cidade foram suas mãos que fizeram nascer - “Não sabereis nunca o quanto aquele humilde operário soube naquele momento [...] O operário emocionado/Olhou sua própria mão/ [...] E olhando bem para ela/Teve um segundo a impressão/De que não havia no mundo/Coisa que fosse mais bela.”
    O operário de Lúcio Barbosa, já movido pela consciência de não ver reconhecido seu trabalho, acaba por mostrar sua indignação com tal descrédito social: “Tá vendo aquele edifício, moço?/Ajudei a levantar/ [...] Hoje depois dele pronto/Olho pra cima e fico tonto/Mas me vem um cidadão/E me diz desconfiado/ ‘Tu tá aí admirado/ ‘ou tá querendo roubar’.” Em sua letra, o autor sempre cita um “Cidadão” que impede o trabalhador de entrar nos locais ou mesmo de contemplar as construções nas quais suas mãos trabalharam. Por fim, o único local em que ele pode entrar é a igreja, onde Jesus lhe diz: “Rapaz, deixe de tolice/Não se deixe amedrontar/Fui eu quem criou a Terra/Enchi o rio, fiz a serra/Não deixei nada faltar/Hoje o homem criou asa/ E na maioria das casas/Eu também não posso entrar”. Esse mesmo operário reflete a contradição da sociedade, pois o  mesmo trabalhador que constrói os belos prédios, as casas e escolas não tem condições de construir seu próprio teto; como também nos faz refletir sobre o significado do trabalho na sociedade atual, cabendo aqui uma pergunta: o trabalho dignifica ou oprime o homem?
    Enquanto esses operários ficam à margem da sociedade, vivendo, ou melhor, sobrevivendo em condições precárias e muitas vezes miseráveis, vivemos gozando do conforto que eles nos proporcionam com sua arte de tijolos, cimento e suor. Muitas vezes, o que temos de sobejo corresponde ao que lhes falta. E, como se não bastasse, são discriminados socialmente por serem pessoas humildes e por seu trabalho ser considerado “menor”, já que não se esconde por detrás de ternos sóbrios, gravatas apertadas e palavras doutas. A pele esbranquiçada pela cal, misturada ao vermelho dos tijolos e enegrecida pelo trabalho de sol a sol é a epiderme de um país, do nosso país, Brasil de todas as cores, das diferenças, um país em construção. Mas a construção não se faz por si só. Para que uma casa seja erguida, são necessários alguns operários; para que um prédio ganhe alturas, são necessários muitos operários; para se construir um país, operários de pá e massa só não bastam, é preciso operários-cidadãos. Somente quando houver a consciência de que somos todos operários de um país em construção, uns operários da palavra, outros operário dos números, operários da terra, operários da saúde, enfim, operários-cidadãos em constante construção, será possível edificar um país menos hipócrita e mais unido.
    Vinícius de Moraes e Lúcio Barbosa nos dão a chave para abrirmos a primeira porta dessa grande mudança: a reflexão. A partir do momento em que os personagens começam a questionar-se e a observar seu trabalho com olhos críticos, percebem a importância que exercem na sociedade. E, da mesma maneira, notam que essa sociedade, cujo crescimento se dá em grande parte por meio de seus esforços, discriminando-os, julgando-os por exercerem um trabalho manual que “não tem valor”, representando apenas as partes úteis que servem ao trabalho, que produzirão riqueza que jamais poderão usufruir. Não são homens, somente braços carregando pedras, mãos misturando a massa, pernas sustentando blocos de cimento, pés trilhando caminhos de novas construções. Observamos que cada indivíduo é chamado a desempenhar determinado papel na vida social; conforme dito acima, contamos com os operários da palavra, os operários dos números, os operários da terra, os operários da saúde e outros, e há uma estrutura de colaboração em que cada peça tem valor fundamental.
    Por fim, o poema "Operário em construção", de Vinícius de Moraes, e a canção "Cidadão", de Lúcio Barbosa servem para algumas reflexões pertinentes a todos, reflexões que esquecemos na esteira do dia a dia, conquanto sejam essenciais para pensarmos a sociedade em que vivemos.
 
Adaptado de Bárbara Fernandes Ferreira e Beatriz Badim de Campos (http://brasildiversificado.blogspot.com/2010/10/consideracoes-operario-em-construcao-de.html)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

REFLEXÃO SOCIOLÓGICA

Para que o homem é educado? Para ser conscientizado ou para ser condicionado a obedecer uma determinada ordem estabelecida?  Educamos os homens para que saibam pensar por si próprios ou para que saibam aceitar as regras que os outros pensaram para ele?

domingo, 24 de abril de 2011

SOCIOLOGIA: UM CONHECIMENTO DE TODOS


   Já falamos sobre a importância da Sociologia para a compreensão da vida em sociedade, mas talvez a pergunta “Para que serve a Sociologia?”, ainda permaneça em sua cabeça. Inicialmente, devemos deixar claro que o conhecimento sociológico não oferece respostas prontas, tampouco receitas de como agir na sociedade para tornar-se um cidadão bem-sucedido ou um bom consumidor, mas, através dele, você terá a oportunidade de se defrontar com desafios que poderão levá-lo a refletir sobre o mundo ao qual você pertence, e que envolve suas relações no trabalho, na família, no bairro em que você mora, e até nos seus relacionamentos pessoais e grupos de amigos, e, quem sabe, este conhecimento poderá contribuir para auxiliá-lo a compreender as relações sociais que perpassam a sua vida, ajudando-o a conviver melhor não apenas com as pessoas com quem você se relaciona, mas com os outros diferentes de você, e até mesmo levá-lo a lidar melhor com situações enfrentadas no contexto social em que você se insere. 

domingo, 17 de abril de 2011

O CASAMENTO E AS MUDANÇAS NA SOCIEDADE


Por que tantos casamentos acabam?

     Tirando de lado a intolerância, a falta de fé e a ideologia do descartável, existem “N” teses sobre por que os casamentos acabam tão facilmente na atualidade. A inversão de papéis é uma das mais abordadas.
     O homem, antes o provedor, agora divide lugar com sua parceira. A mulher, antes “rainha do lar”, galga cada vez mais posições de destaque no mercado de trabalho. A mulher, antes submissa, dá as cartas, quer mais que amor, quer prazer, sucesso… O homem, antes o decisor, perde espaço no reinado.
    Muito antes disso, quero crer que a falta de diálogo é muito mais danosa. No mundo atual, o olho no olho cede lugar para as conversas a partir de SMS, MSN, celular, e-mails etc, etc. Há estudos que comprovam que o que falamos a partir desses canais não temos a coragem de falar pessoalmente. Ou seja: não trocamos. E toda a relação demanda troca.
     Logo, quando decidimos casar, morar juntos, adeus SMS, adeus MSN e, então, fim do diálogo – cujo modelo já não era assim tão ideal, convenhamos. Mas há muito mais…
Nossa sociedade aceita com tranquilidade o fim de um casamento. Em alguns casos parece até mesmo haver um estímulo para que mais casais entendam isso como “normal”. É claro que é aceitável, se a relação não é saudável. Infelizmente, o complemento neurótico, às vezes, é mais forte que o complemento do amor, do compromisso, do respeito. Ou seja: relações com um potencial enorme de dar certo acabam. E relações que poderiam nem mesmo existir perduram…

Escolhas

    Bem, muito distante dessas questões temos ainda de enfrentar outras suposições: antes os casamentos eram “arranjados”, hoje se casa por “amor” – mesmo que por um amor distorcido, cobrador, condicionado, mas, ainda assim, com a sensação de que estamos livres para escolher.
Será mesmo? Será que somos assim tão livres para escolher? Será que sabemos manter nossa liberdade mesmo dentro da relação? 

Por Sandra Maia. Disponível em: http://colunistas.yahoo.net/posts/9969.html

Por que os casamentos acabam? Envie-me sua opinião.
Boa semana!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A MÍDIA E O CULTO À BELEZA DO CORPO


    Há nas sociedades contemporâneas uma intensificação do culto ao corpo, onde os indivíduos experimentam uma crescente preocupação com a imagem e a estética.
  Entendida como consumo cultural, a prática do culto ao corpo coloca-se hoje como preocupação geral, que perpassa todas as classes sociais e faixas etárias, apoiada num discurso que ora lança mão da questão estética, ora da preocupação com a saúde.
   Segundo Pierre Bourdieu, sociólogo francês, a linguagem corporal é marcadora pela distinção social, que coloca o consumo alimentar, cultural e forma de apresentação – como o vestuário, higiene, cuidados com a beleza etc. – como os mais importantes modos de se distinguir dos demais indivíduos.
    Nas sociedades modernas há uma crescente preocupação com o corpo, com a dieta alimentar e o consumo excessivo de cosméticos, impulsionados basicamente pelo processo de massificação das mídias a partir dos anos 1980, onde o corpo ganha mais espaço, principalmente nos meios midiáticos. Não por acaso que foi nesse período que surgiram as duas maiores revistas brasileiras voltados para o tema: “Boa Forma” (1984) e “Corpo a Corpo” (1987). Contudo, foi o cinema de Hollywood que ajudou a criar novos padrões de aparência e beleza, difundindo novos valores da cultura de consumo e projetando imagens de estilos de vida glamorosos para o mundo inteiro.
    Da mesma forma, podemos pensar em relação à televisão, que veicula imagens de corpos perfeitos através dos mais variados formatos de programas, peças publicitárias, novelas, filmes etc. Isso nos leva a pensar que a imagem da “eterna” juventude, associada ao corpo perfeito e ideal, atravessa todas as faixas etárias e classes sociais, compondo de maneiras diferentes diversos estilos de vida. Nesse sentido, as fábricas de imagens como o cinema, televisão, publicidade, revistas etc., têm contribuído para isso.
   Os programas de televisão, revistas e jornais têm dedicado espaços em suas programações cada vez maiores para apresentar novidades em setores de cosméticos, de alimentação e vestuário. Propagandas veiculadas nessas mídias estão o tempo todo tentando vender o que não está disponível nas prateleiras: sucesso e felicidade.
    O consumismo desenfreado gerado pela mídia em geral foca principalmente adolescentes como alvos principais para as vendas, desenvolvendo modelos de roupas estereotipados, a indústria de cosméticos lançando a cada dia novos cremes e géis redutores para eliminar as “formas indesejáveis” do corpo e a indústria farmacêutica faturando alto com medicamentos que inibem o apetite.
   Preocupados com a busca desenfreada da “beleza perfeita” e pela vaidade excessiva, sob influência dos mais variados meios de comunicação, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica apresenta uma estimativa de que cerca de 130 mil crianças e adolescentes submeteram-se no ano de 2009 a operações plásticas.
     Evidentemente que a existência de cuidados com o corpo não é exclusividade das sociedades contemporâneas e que devemos ter uma especial atenção para uma boa saúde. No entanto, os cuidados com o corpo não devem ser de forma tão intensa e ditatorial como se tem apresentado nas últimas décadas. Devemos sempre respeitar os limites do nosso corpo e a nós a mesmos.

Orson Camargo
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
DISPONÍVEL EM:  http://www.brasilescola.com/sociologia/a-influencia-midia-sobre-os-padroes-beleza.htm

A FANTASIA DAS TRÊS RAÇAS BRASILEIRAS


     Na atualidade não existe nenhuma sociedade ou grupo social que não possua a mistura de etnias diferentes. Há exceções como pouquíssimos grupos indígenas que ainda vivem isolados na América Latina ou em algum outro lugar do planeta.
    De modo geral, as sociedades contemporâneas são o resultado de um longo processo de miscigenação de suas populações, cuja intensidade variou ao longo do tempo e do espaço. O conceito “miscigenação” pode ser definido como o processo resultante da mistura a partir de casamentos ou coabitação de um homem e uma mulher de etnias diferentes.
A miscigenação ocorre na união entre brancos e negros, brancos e amarelos e entre amarelos e negros. O senso comum divide a espécie humana entre brancos, negros e amarelos, que, popularmente, são tidos como "raças" a partir de um traço peculiar – a cor da pele. Todavia, brancos, negros e amarelos não constituem raças no sentido biológico, mas grupos humanos de significado sociológico.
      No Brasil, há o “Mito das três raças”, desenvolvido tanto pelo antropólogo Darcy Ribeiro como pelo senso comum, em que a cultura e a sociedade brasileiras foram constituídas a partir das influências culturais das “três raças”: europeia, africana e indígena.
    Contudo, esse mito não é compartilhado por diversos críticos, pois minimiza a dominação violenta provocada pela colonização portuguesa sobre os povos indígenas e africanos, colocando a situação de colonização como um equilíbrio de forças entre os três povos, o que de fato não houve. Estudos antropológicos utilizaram, entre os séculos XVII e XX, o termo “raça” para designar as várias classificações de grupos humanos; mas desde que surgiram os primeiros métodos genéticos para estudar biologicamente as populações humanas, o termo raça caiu em desuso.
   Enfim, "o mito das três raças" é criticado por ser considerado uma visão simplista e biologizante do processo colonizador brasileiro.

Orson Camargo
Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP
Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

DISPONÍVEL EM: http://www.brasilescola.com/sociologia/o-brasil-varias-cores.htm

domingo, 27 de março de 2011

AONDE VOCÊ ESCONDE SEU RACISMO?



VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA AS PALAVRAS PRECONCEITO, DISCRIMINAÇÃO E RACISMO?

PRECONCEITO: Conceito de opinião formada antecipadamente sem conhecimento dos fatos, julgamento ou opinião formada sem levar em conta os fatos que os contestem. Trata-se de um pré-julgamento, isto é, algo previamente julgado... 

DISCRIMINAÇÃO: Separar, distinguir, estabelecer diferenças. A discriminação racial corresponde ao ato de apartar, separar, segregar pessoas consideradas racialmente diferentes, partindo do princípio de que existem raças “superiores” e “inferiores”, o que ficou definitivamente comprovado pela ciência que não existe.

RACISMO: Teoria que sustenta a superioridade de certas raças em relação a outras, preconizando ou não a segregação racial ou até mesmo a extinção de determinada minorias.


De acordo com essas definições, o preconceito se expressa na sociedade, mas não necessariamente segrega ou discrimina, já a discriminação promove, baseada em certos preconceitos, a separação de grupos ou pessoas. Por outro lado, o racismo mata, extermina, produz o ódio entre grupos e indivíduos. 

A história da sociedade brasileira é marcada pelo racismo desde a chegada dos portugueses em nossa terra. Primeiro foram os índios, exterminados pelo branco europeu; depois, o tráfico de africanos escravizados, que representou o maior extermínio humano da história mundial. 


(Fonte: “Sociologia para jovens do século XXI” de Luiz Fernandes de Oliveira e Ricardo Cesar Rocha)

IDEOLOGIA NAS MÃOS E MENTES DE HOMENS E HETEROSSEXUAIS

Para a sociologia, falar em sociedade não significa descrevê-la de forma homogênea (igualitária). Quando fazemos uma análise das sociedades identificamos de imediato a existência de diversidades (ou diferenças) e desigualdades sociais. Muitas das diferenças entre os indivíduos são danatureza humana (cor da pele, gênero, idade, altura, obesidade etc), porém, as desigualdades sociais são produto das relações estabelecidas entre os indivíduos, aonde uns possuem vantagens materiais e psicológicas, impondo suas vontades, ônus (encargos) ou obrigações, e outros em desvantagem, são forçados a se relacionar socialmente de acordo com a vontade de seus opressores. Em nossa sociedade, porque uns mandam e outros obedecem? A Sociologia pergunta...

Historicamente, vimos que o capitalismo apresenta um grande conflito: a luta entre burgueses e proletários. Enquanto os patrões buscam aumentar cada vez mais as suas taxas de lucro com a exploração daqueles que possuem apenas uma coisa para vender no mercado de trabalho: sua mão-de-obra, como afirmava o filósofo alemão Karl Marx. Estes trabalhadores, por sua vez, reivindicam melhores condições de vida, de trabalho e de salário, daí o resultado da luta de classes. 

A história do século XX apresenta outros conflitos 
de interesses que vão além da divisão da sociedade em classes.

Entretanto, a história do século XX apresenta outros conflitos de interesses que vão além da divisão da sociedade em classes: conflitos entre homens e mulheres, entre adultos e jovens, entre heterossexuais e homossexuais, entre brancos e não-brancos, entre outros. As mulheres a partir do século XIX, os jovens e minorias sexuais, a partir dos anos 60 do século passado, passaram a demonstrar sua revolta de forma coletiva, mostrando sua força social. No século XX, por exemplo, os negros e outras etnias demonstraram sua força, nas lutas pelos direitos civis e pelo fim do racismo.Vários grupos oprimidos (homossexuais, mulheres, jovens, grupos étnicos, assalariados etc) deram vida a potentes partidos, associações e entidades buscando com isso se organizar para lutar por seus direitos. 

Por outro lado, várias sociedades mantiveram a supremacia masculina por diversas razões e sob diversosaspectos. Esta longa dominação provocou a exclusão sistemáticas das mulheres da política, do governo, da literatura, da arte, exceto em poucos e relevantes momentos. A dominação masculina se expressa hoje, através do uso da violência, seja esta física, moral ou psicológica. Chamamos de machismo, a ideologia que, através de diversas maneiras, os homens procuram justificar a opressão que exercem. É esta ideologia machista que diz que lugar de mulher é em casa para cuidar dos filhos e do marido. 

A sociedade patriarcal (baseada no predomínio do homem como autoridade máxima) também impôs a heterossexualidade como padrão de opção sexual. Quem se opõe à “normalidade” (entenda-se heterossexual), acaba sendo vítima de muitos preconceitos, sendo punidos ou considerados portadores de alguma doença. Em muitos casos, a discriminação resulta em violência aberta, que já resultou na morte de muitos homossexuais, não apenas no Brasil, mas em vários países. A opressão contra gays e lésbicas, expressa-se de várias formas em muitas sociedades. A condição de ser gay ou lésbica é atacada de forma sistemática pela sociedade. Essa discriminação atua em todos os setores: no ambiente de trabalho, na família, nas escolas e em outros locais aonde é comum tornar os homossexuais alvo de chacotas e se mostrar em público o desprezo para com eles, como forma de assegurar e garantir a própria identidade heterossexual para si mesmo e para os outros, mantendo assim a participação na “normalidade” sexual dominante.

CADA VEZ MAIS, HOMOSSEXUAIS ASSUMEM 
PUBLICAMENTE A SUA HOMOSSEXUALIDADE.

Homossexuais também são constantemente atacados pela ideologia anti-homossexual (homofóbica) nos meios de comunicação, embora aparentemente estes estejam tratando da questão de forma mais aberta, homossexuais são constantemente ridicularizados na mídia e apresentados como doentes e devassos e pervertidos. Muitos ainda consideram a homossexualidade como uma doença, sendo válido ressaltar que desde 1989, a Organização Mundial de Saúde, retirou de seu Código Internacional de Doenças, o artigo que considerava o homossexualismo como doença. Além disso, instituições fundamentais como igreja e exército, condenam a homossexualidade e pregam abertamente a “extirpação” desse mal...

A discriminação profissional no trabalho também é muito forte. Não somente diversas empresas se recusam a contratar homossexuais, como também, em diversos locais de trabalho eles são impedidos de ascender profissionalmente (sendo “assumidos” ou não). Quando não são demitidos ao decidirem assumir sua forma de viver a sexualidade. Diante da falta de opções profissionais, muitos acabam ingressando nocaminho da prostituição para sobreviver. 

(Adaptado do livro “Sociologia para jovens do século XXI” de Luiz Fernandes de Oliveira e Ricardo Cesar Rocha)

QUESTOES PARA REFLETIR

Você já foi vítima de algum tipo de discriminação seja pela sua cor, opção sexual, por pertencer a algum grupo? Qual foi a sua atitude em relação a esse fato?

Na sua opinião,como poderíamos lutar contra as ideologias racistas e homofóbicas em nossa sociedade?

TEXTO E ATIVIDADE PARA OS SEGUNDO E TERCEIRO ANOS. (ESCOLA MINISTRO JARBAS PASSARINHO – SOBRAL\CE


INDICAÇÃO DE DOCUMENTÁRIO: HOMOFOBIA E DIREITOS HUMANOS

quarta-feira, 16 de março de 2011

O QUE CORDEL TEM A DIZER DO BIG BROTHER BRASIL


                              

CORDEL DO BIG BROTHER BRASIL

                 
Autor: Antonio Barreto,
Cordelista natural de Santa
Bárbara-BA,residente em Salvador.


                               Curtir o Pedro Bial
                               E sentir tanta alegria
                               É sinal de que você
                               O mau-gosto aprecia
                               Dá valor ao que é banal
                               É preguiçoso mental
                               E adora baixaria.

                               Há muito tempo não vejo
                               Um programa tão ‘fuleiro’
                               Produzido pela Globo
                               Visando Ibope e dinheiro
                               Que além de alienar
                               Vai por certo atrofiar
                               A mente do brasileiro.

                               Me refiro ao brasileiro
                               Que está em formação
                               E precisa evoluir
                               Através da Educação
                               Mas se torna um refém
                               Iletrado, ‘zé-ninguém’
                               Um escravo da ilusão.

                               Em frente à televisão
                               Lá está toda a família
                               Longe da realidade
                               Onde a bobagem fervilha
                               Não sabendo essa gente
                               Desprovida e inocente
                               Desta enorme ‘armadilha’.


                               Cuidado, Pedro Bial
                               Chega de esculhambação
                               Respeite o trabalhador
                               Dessa sofrida Nação
                               Deixe de chamar de heróis
                               Essas girls e esses boys
                               Que têm cara de bundão.

                               O seu pai e a sua mãe,
                               Querido Pedro Bial,
                               São verdadeiros heróis
                               E merecem nosso aval
                               Pois tiveram que lutar
                               Pra manter e te educar
                               Com esforço especial.

                               Muitos já se sentem mal
                               Com seu discurso vazio.
                               Pessoas inteligentes
                               Se enchem de calafrio
                               Porque quando você fala
                               A sua palavra é bala
                               A ferir o nosso brio.

                               Um país como Brasil
                               Carente de educação
                               Precisa de gente grande
                               Para dar boa lição
                               Mas você na rede Globo
                               Faz esse papel de bobo
                               Enganando a Nação.

                               Respeite, Pedro Bienal
                               Nosso povo brasileiro
                               Que acorda de madrugada
                               E trabalha o dia inteiro
                               Dar muito duro, anda rouco
                               Paga impostos, ganha pouco:
                               Povo HERÓI, povo guerreiro.

                               Enquanto a sociedade
                               Neste momento atual
                               Se preocupa com a crise
                               Econômica e social
                               Você precisa entender
                               Que queremos aprender
                               Algo sério – não banal.

                               Esse programa da Globo
                               Vem nos mostrar sem engano
                               Que tudo que ali ocorre
                               Parece um zoológico humano
                               Onde impera a esperteza
                               A malandragem, a baixeza:
                               Um cenário sub-humano.

                               A moral e a inteligência
                               Não são mais valorizadas.
                               Os “heróis” protagonizam
                               Um mundo de palhaçadas
                               Sem critério e sem ética
                               Em que vaidade e estética
                               São muito mais que louvadas.

                               Não se vê força poética
                               Nem projeto educativo.
                               Um mar de vulgaridade
                               Já tornou-se imperativo.
                               O que se vê realmente
                               É um programa deprimente
                               Sem nenhum objetivo.

                               Talvez haja objetivo
                               “professor”, Pedro Bial
                               O que vocês tão querendo
                               É injetar o banal
                               Deseducando o Brasil
                               Nesse Big Brother vil
                               De lavagem cerebral.

                               Isso é um desserviço
                               Mal exemplo à juventude
                               Que precisa de esperança
                               Educação e atitude
                               Porém a mediocridade
                               Unida à banalidade
                               Faz com que ninguém estude.

                               É grande o constrangimento
                               De pessoas confinadas
                               Num espaço luxuoso
                               Curtindo todas baladas:
                               Corpos “belos” na piscina
                               A gastar adrenalina:
                               Nesse mar de palhaçadas.

                               Se a intenção da Globo
                               É de nos “emburrecer”
                               Deixando o povo demente
                               Refém do seu poder:
                               Pois saiba que a exceção
                               (Amantes da educação)
                               Vai contestar a valer.

                               A você, Pedro Bial
                               Um mercador da ilusão
                               Junto a poderosa Globo
                               Que conduz nossa Nação
                               Eu lhe peço esse favor:
                               Reflita no seu labor
                               E escute seu coração.

                               E vocês caros irmãos
                               Que estão nessa cegueira
                               Não façam mais ligações
                               Apoiando essa besteira.
                               Não deem sua grana à Globo
                               Isso é papel de bobo:
                               Fujam dessa baboseira.

                               E quando chegar ao fim
                               Desse Big Brother vil
                               Que em nada contribui
                               Para o povo varonil
                               Ninguém vai sentir saudade:
                               Quem lucra é a sociedade
                               Do nosso querido Brasil.

                               E saiba, caro leitor
                               Que nós somos os culpados
                               Porque sai do nosso bolso
                               Esses milhões desejados
                               Que são ligações diárias
                               Bastante desnecessárias
                               Pra esses desocupados.

                               A loja do BBB
                               Vendendo só porcaria
                               Enganando muita gente
                               Que logo se contagia
                               Com tanta futilidade
                               Um mar de vulgaridade
                               Que nunca terá valia.

                               Chega de vulgaridade
                               E apelo sexual.
                               Não somos só futebol,
                               baixaria e carnaval.
                               Queremos Educação
                               E também evolução
                               No mundo espiritual.

                               Cadê a cidadania
                               Dos nossos educadores
                               Dos alunos, dos políticos
                               Poetas, trabalhadores?
                               Seremos sempre enganados
                               e vamos ficar calados
                               diante de enganadores?

                               Barreto termina assim
                               Alertando ao Bial:
                               Reveja logo esse equívoco
                               Reaja à força do mal…
                               Eleve o seu coração
                               Tomando uma decisão
                               Ou então: siga, animal…

                               FIM

                              Salvador, 20\02\2011.


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SOBRE A AUTORA: ANA CARMEM AGUIAR RODRIGUES (LICENCIADA EM CIÊNCIAS SOCIAIS, ESPECIALISTA EM ENSINO DE HISTÓRIA DO CEARÁ E ACADÊMICA DO CURSO DE DIREITO PELA UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA. PROFESSORA SUPERVISORA DO PIBIB -SOCIOLOGIA NA ESCOLA DE EEFM MINISTRO JARBAS PASSARINHO EM SOBRAL-CE.) TEMOS COMO OBJETIVO CRIAR UM ESPAÇO VIRTUAL QUE POSSA SER SER COMPARTILHADO POR PROFESSORES, ALUNOS E LICENCIANDOS DE SOCIOLOGIA, PARTIR DA DIVULGAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO E O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS, METODOLOGIAS E EXPERIÊNCIAS VOLTADAS PARA A INTERVENÇÃO, MELHORIA E DEFESA DO ENSINO DE SOCIOLOGIA NA EDUCAÇÃO BÁSICA.